A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas frequentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais, são eles:
- Talo-Fibular Anterior;
- Talo-Fibular Posterior;
- Calcâneo Fibular.
O mecanismo associado a essa lesão é a inversão (movimento para dentro) do pé.
É uma lesão que corresponde à cerca de 10% a 15% das lesões nos esportes, ocorrendo principalmente no futebol, volei, basquete.
Na posição neutra de 0º de dorsiflexão (ponta do pé para cima), o ligamento calcâneo fibular está tenso, mas durante a flexão plantar (ponta do pé para baixo como se estivesse acelerando) o ligamento talo-fibular anterior se tensiona conforme suas fibras ficam paralelas ao eixo da articulação.
O dano inicial ocorre no ligamento talo-fibular anterior devido a direção da força, e o estresse posterior afeta os ligamentos calcâneo fibular e talo fibular posterior (esse ligamente só é lesionado quando a entorse já atingiu os outros dois ligamentos (talo-fibular anterior e calcâneo fibular).
Após a entorse em inversão ocorre um deslizamento anterior do tálus (osso da articulação do tornozelo), podendo causar dor na região posterios do tornozelo perto de tendão do calcâneo (Aquiles).
Imagem do Mecanismo de Lesão
Sinais e Sintomas:
Variam de acordo com a gravidade da lesão, os tecidos envolvidos e a extensão do seu envolvimento. Geralmente são evidentes graus váriáveis de dor, edema, dor a palpação e incapacidade funcional. É importante após a lesão, a realização de exames radiográficos, afim de descartar lesões nos tecidos ósseas subjacentes a articulação.
É possivel encontrarmos fraturas nos maléolos, fraturas proximais da fíbula ou fraturas por avulsão.
Classificação
Grau I: Leve com envolvimento do talo-fibular anterior (TFA) (geralmente); incapacidade funcional mínima; edema geralmente leve com dor leve localizada sobre o ligamento TFA.
Grau II: Moderada com envolvimento dos ligamentos TFA e calcâneo fibular (CF); incapacidade funcional moderada (marcha entre outras atividades); edema acentuado com dor moderada e os ligamentos envolvidos encontram-se doloridos.
Grau III: Grave TFA E CF e possivelmente o talo fibular posterior (TFP); incapacidade funcional com perda da amplitude de movimento (ADM) e incapacidade de apoiar o peso corporal; edema no aspecto ântero lateral, espalhando-se difusamente em torno da articulação com dor acentuada à palpação.
Tratamento
O tratamento imediato tem como objetivo proteger a integridade da articulação, controlar a resposta inflamatória, dor, edema e espasmo.
No início será interessante a imobilização com Robofoot com o objetivo de não agravar a lesão. Mais o interessante é associar a fisioterapia a essa imobilização afim de não ocorrer redução na amplitude do movimento e perda de força muscular.
Alguns recursos utilizados no tratamento:
- Tens ou Corrente Interferencial (Analgesia);
- Eletroacupuntura (Analgesia);
- Ultra Som (Anti-inflamatório);
- Bandagem Elástica (Edema; Estabilidade);
- Bandagem Rigida c/ esparadrapo (Estabilidade);
- Mobilização Articular Maitland (Edema; Dor; Amplitude);
- Mobilização Articular Muligan (Dor; Amplitude);
- Crochetagem (Dor; Cicatrização);
- FES ou Russa (Correntes Elétricas que auxiliam no fortalecimento muscular);
- Exercícios de Propriocepção (Equilibrio).
- Gelo (Dor; Edema imediato a lesão ou após a terapia).
Obs: Pela visão da Acupuntura e Medicina Chinesa, a dor crônica após uma entorse de tornozelo pode estar relacionada à estagnação ou deficiência de energia (Qi) nos meridianos que cruzam esse local, no caso pode estar relacionada com algum desequilibrio energético nos meridianos de Bexiga ou Rim, que fazem parte do elemento Água, um dos 5 elementos que constituem a natureza.