sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Entorse de Tornozelo




A entorse é um movimento violento, com estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação. A entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas frequentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais, são eles: 
  1. Talo-Fibular Anterior;
  2. Talo-Fibular Posterior;
  3. Calcâneo Fibular.
O mecanismo associado a essa lesão é a inversão (movimento para dentro) do pé.
É uma lesão que corresponde à cerca de 10% a 15% das lesões nos esportes, ocorrendo principalmente no futebol, volei, basquete.

Na posição neutra de 0º de dorsiflexão (ponta do pé para cima), o ligamento calcâneo fibular está tenso, mas durante a flexão plantar (ponta do pé para baixo como se estivesse acelerando) o ligamento talo-fibular anterior se tensiona conforme suas fibras ficam paralelas ao eixo da articulação.



O dano inicial ocorre no ligamento talo-fibular anterior devido a direção da força, e o estresse posterior afeta os ligamentos calcâneo fibular e talo fibular posterior (esse ligamente só é lesionado quando a entorse já atingiu os outros dois ligamentos (talo-fibular anterior e calcâneo fibular).
Após a entorse em inversão ocorre um deslizamento anterior do tálus (osso da articulação do tornozelo), podendo causar dor na região posterios do tornozelo perto de tendão do calcâneo (Aquiles).

Imagem do Mecanismo de Lesão

Sinais e Sintomas:
Variam de acordo com a gravidade da lesão, os tecidos envolvidos e a extensão do seu envolvimento. Geralmente são evidentes graus váriáveis de dor, edema, dor a palpação e incapacidade funcional. É importante após a lesão, a realização de exames radiográficos, afim de descartar lesões nos tecidos ósseas subjacentes a articulação.
É possivel encontrarmos fraturas nos maléolos, fraturas proximais da fíbula ou fraturas por avulsão.

Classificação
Grau I: Leve com envolvimento do talo-fibular anterior (TFA) (geralmente); incapacidade funcional mínima; edema geralmente leve com dor leve localizada sobre o ligamento TFA.

Grau II: Moderada com envolvimento dos ligamentos TFA e calcâneo fibular (CF); incapacidade funcional moderada (marcha entre outras atividades); edema acentuado com dor moderada e os ligamentos envolvidos encontram-se doloridos.

Grau III: Grave TFA E CF e possivelmente o talo fibular posterior (TFP); incapacidade funcional com perda da amplitude de movimento (ADM) e incapacidade de apoiar o peso corporal; edema no aspecto ântero lateral, espalhando-se difusamente em torno da articulação com dor acentuada à palpação.

Tratamento
 O tratamento imediato tem como objetivo proteger a integridade da articulação, controlar a resposta inflamatória, dor, edema e espasmo.
No início será interessante a imobilização com Robofoot com o objetivo de não agravar a lesão. Mais o interessante é associar a fisioterapia a essa imobilização afim de não ocorrer redução na amplitude do movimento e perda de força muscular.

Alguns recursos utilizados no tratamento:
  1. Tens ou Corrente Interferencial (Analgesia);
  2. Eletroacupuntura (Analgesia);
  3. Ultra Som (Anti-inflamatório);
  4. Bandagem Elástica (Edema; Estabilidade);
  5. Bandagem Rigida c/ esparadrapo (Estabilidade);
  6. Mobilização Articular Maitland (Edema; Dor; Amplitude);
  7. Mobilização Articular Muligan (Dor; Amplitude);
  8. Crochetagem (Dor; Cicatrização);
  9. FES ou Russa (Correntes Elétricas que auxiliam no fortalecimento muscular);
  10. Exercícios de Propriocepção (Equilibrio).
  11. Gelo (Dor; Edema imediato a lesão ou após a terapia).

Obs: Pela visão da Acupuntura e Medicina Chinesa, a dor crônica após uma entorse de tornozelo pode estar relacionada à estagnação ou deficiência de energia (Qi) nos meridianos que cruzam esse local, no caso pode estar relacionada com algum desequilibrio energético nos meridianos de Bexiga ou Rim, que fazem parte do elemento Água, um dos 5 elementos que constituem a natureza. 




quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aurículo Acupuntura no Tratamento de Lesões

Em 1957, na França o Doutor Paul Nogier publicou trabalhos nos quais expõe a relação existente entre o pavilhão auricular e o resto do organismo.
Estudando esses pontos, chegou então a estabelecer uma ligação do pavilhão aurícular e aquela ocupada pelo feto um pouco antes do nascimento.

Imagem retirada do site www.google.com.br no dia 28/09/2011
  • Portanto, a Aurículo Acupuntura, é uma técnica de acupuntura, que utiliza o pavilhão aurícular para efetuar tratamentos de saúde, aproveitando o reflexo que a aurícula (orelha) exerce sobre o sistema nervoso central.
A Aurículo Acupuntura utiliza tanto os diagnósticos clínicos como os alternativos, com:
  •  Inspeção a olho nu ou lupa;
  • Ponto Avermelhado: Inflamação aguda;
  • Ponto Esbranquiçado: Disfunção;
  • Ponto Esbranquiçado + Protuberância Sebácea Fixa: Inflamação Crônica;
  • Ponto Acinzentado: Tumor;
  • Descamação Fixa: Dermatite ou má assimilação orgânica.

Indicações:
  • Pode ser usada em todos os tipos de problemas físicos e psiquicos; Urgência (pancadas po exemplo); Algias
Contra Indicações:
  • Alergias no pavilhão aurícular; Lesões no pavilhão auricular; Pontos que apresentem antagonismo; Grstantes com menos de 3 meses de gestação e depois dos 7 meses (relativo

 Como Estimular um Ponto no Pavilhão Aurícular em Casos de Emergência em Casa:
Você pode utilizar: palitos, caneta esferográfica, lapis, pinças, cabeça do alfinete (NÃO a ponta, para NÃO se cortar).

Meios de Tratamento:
A orelha pode ser estímulada de várias formar pelo Acupunturista, entre elas:
  • Agulhas;
  • Agulhas Semipermanentes;
  • Moxa;
  • Imãs;
  • Cristais (Cristais Radiônicos);
  • Esferas Metálicas (Ouro, Prata).
Porém, na Aurículo Acupuntura Francesa, o correto seria apenas a utilização de Agulhas Semipermanentes para o método ser totalmente original, mas isso não interfere no resultado final quando bem aplicado.
Obs: Quando colocado a agulha semipermanente, ela não deve ficar na orelha por mais de 7 dias pois corre risco de inflamação/infecção do pavilhão.

Alguns Exemplos Clínicos de Aurículo Acupuntura Francesa e Chinesa:

Cervicalgia/ Torcicolo:
Pontos Principais - Shenmen; Rim; Pescoço; Cervical; Baço/Pancrêas; Fígado.

Lesões Musculares:
Pontos Principais - Shenmen; Simpático; Rim; Supra Renal; Subcórtex; Fígado.

Ciática:
Pontos Principais - Shenmen; Glúteo; Ciático; Adrenal; Occipital.

Dor no Ombro:
Pontos Principais - Shenmen; Ombro; Articulação do Ombro; Clavícula; Adrenal.

Esporão de Calcâneo
Pontos Principais - Shenmen; Simpático; Rim; Calcâneo; Supra Renal.

Epicondilite Lateral (Cotovelo de Tenista)
Pontos Principais - Shenmen; Simpático; Analgesia; Supra Renal; Cotovelo; Subcórtex; Baço/Pancrêas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lesões no Surf

Hang Loose Surf Attack 2011 - Etapa Mongaguá

Nesse final de semana ocorreu mais uma etapa do circuito Hang Loose de Surf na praia de Mongaguá no litoral sul de São Paulo.

Nesse circuito, assim como ja realizado anteriormente, realizamos avaliações dos competidores, para verificar cada perfil, assim podendo otimizar os treinamentos melhorando desta forma o seu desempenho a cada etapa, bem como se concientizar da importância da equipe em sua formação.
Nossa equipe foi formada por um Fisioterapeuta (Eu - André Nogueira Ferraz) e dois Educadores Físicos (Claudioney Batista e Jackson Santos o Gaúcho).

No total foram avaliados 15 surfistas competidores.
Avaliações
Os testes realizados foram:
  • Peso;
  • Altura;
  • Dobras Cutâneas;
  • Avaliação Postural;
  • Banco de Wells;
  • Salto Horizontal;
  • Resistência Abdominal.
Outras Perguntas:
  • Posicionamento na Prancha:
  1. Regular (Pé esquerdo na frente) 5 surfistas
  2. Goofy (Pé direito na frente) 10 surfustas
  • Possui Algum Treinamento (técnico, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista)
  1. 10 surfistas possuem algum tipo de treinamento
  • Atividades físicas
  1. > 1 atividades: 13 surfistas
  2. 1 ou < 1 atividades: 2 surfistas
Resultados
  • Lesões Osteomusculares Antecedentes: 3 surfistas relatarm ja ter sofrido algum tipo de lesão.
  • Lesões Atuais: 2 lesões em adutores; 2 lesões no joelho; 1 dores em geral após competição; A maioria refere tensão no trapézio e ombro após sair da água.
  • Hipercifose Torácica: 5 surfistas.
  • Hiperlordose Lombar: Todos os Surfistas apresentam.
  • Rotação Interna dos Ombros: 14 surfistas apresentam.
Essas posturas encontradas na avaliação postural possivelmente ocorrem por:
  • Hipercifose e Rotação Interna dos Ombros: Remada que favorece a rotação interna + encurtamento peitoral + fraqueza da musculatura das costas como rombóides e paravertebrais.
  • Hiperlordose Lombar: Movimento de subida na prancha na hora de pegar a onda + joelinho (movimento de furar a onda + remama onde o surfista realiza uma hiperextensão da coluna.
Comparação com a literatura:
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v13n4/08.pdf

Imagem retirada do site www.google.com.br no dia 26/09/2011


  • Ferimento corto-contuso 38 (33,9%); 
  • Entorses, 29 (25,9%);
  • Contusões, 16 (14,2%);
  • Estiramentos musculares, 14 (12,5%);
  • Queimaduras, 9 (8,0%);
  •  Fraturas, 6 (5,3%).
Esse link é de um artigo que fala sobre lesões em surfistas, publicado em 2007 na Revista Brasileira de Medicina do Esporte.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Lesões em Corredores

Esses três eventos (maratona, ultramaratona e triatlo) compartilham muitos problemas clínicos musculoesqueléticos comuns,  apresentando diversos riscos e desafios para os seus participantes.
Muitas lesões podem importunar o atleta antes, durante e após os treinamentos e provas, entre essas lesões estão:
  • Fasceíte Plantar;
  • Fraturas por Estresse;
  • Fratura do Quinto Metatarso (dedinho do pé);
  • Hálux Valgo (Joanete);
  • Metatarsalgia;
  • Neuroma Interdigital;
  • Entorse do Joelho/Tornozelo;
  • Lesões Musculares no Tríceps Sural (panturrilha);
  • Tendinites (patelar;aquiles)
  • Periostite (canelite);
  • Síndrome Patelofemoral;
  • Condromalacia;
  • Osteoartrose;
  • Bursites e Sinovites;
  • Síndrome do Atrito da Banda Iliotibial (joelho do corredor)
Síndrome do Atrito da Banda Iliotibial (joelho do corredor)
A banda iliotibial é considerada a continuação tendínea do tensor da fascía lata e parte do glúteo médio.

Imagens retirada do site www.google.com.br no dia 23/09/2011

Etiologia: O atrito repetido da Banda Iliotibial sobre o epicôndilo lateral do fêmur (joelho), principalmente aos 30º (angulação da corrida e do ciclismo), pode ocasionar sua irritação. Acomete normalmente corredores e ciclistas por percorrerem circuitos em única direção (sem deslocamento curtos por exemplo como no futebol, basquete e handball), aumento brusco do treinamento e calçados inadequados.
Exame Físico: Observa-se dor lateral, principalmente em cima do epicôndilo lateral do fêmur (joelho), podendo haver estalidos durante a flexão do joelho. Pode ser confundido com lesão do menisco lateral pela sua proximidade.
Tratamento: Basicamente o tratamento é realizado com fisioterapia e repouso nos primeiros dias. Na fisioterapia será utilizado recursos antiinflamatórios como: LASER, ULTRA SOM, CORRENTES ANALGÉSICAS (Tens ou Interferencial); Alongamento do Trato Iliotibial; Fortalecimento dos músculos abdutores e rotadores laterais (glúteo médio entre outros) da coxa; Propriocepção; Bandagem elástica para reduzir a tensão na região do joelho e retorno gradual as atividades.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bandagem Elástica

As bandagens elásticas, começaram a ficar conhecidas no Brasil, principalmente após as olimpíadas de Pequim em 2008, aonde atletas principalmente do vôlei de praia, vôlei de quadra, basquete e atletismo começaram a utilizá-las se destacando através de suas cores chamativas como o rosa, preto e azul claro.
Essa técnica foi desenvolvida pelo Dr. Kenzo Kase em 1973, através da hipótese de que os músculos e outros tecidos poderiam ser auxiliados por um contato externo das bandagens elásticas a fim de permitir uma melhor integração corporal  por meio da estimulação tegumentar (pele).
Internacionalmente a técnica é conhecida como método Kinesio Taping e aqui no Brasil além desse nome é conhecido também pelo método Therapy Taping desenvolvido pelo fisioterapeuta Nelson Morini.
A bandagem é confeccionada por um tecido constituído de100% algodão e micro-fios de elastano, Não contém medicamentos e se expande apenas nosentido longitudinal.
Basicamente pode ser utilizada para:


  • Alívio da dor;
  • Estabilidade articular;
  • Edema;
  • Correção articular;
  • Prevenção de lesões.


Imagem retirada do site: www.google.com.br no dia 21/09/2011

A bandagem é contra indicada nos seguintes casos:

Dermografia;
Escamações na pele;
Ardor;
Vermelhidão;
Coceira;
Gônadas;
Lesões na pele;
Pontos cirúrgicos
Cicatrizes recentes.